Em 17 de agosto de 2012, o veredicto foi lido para o grupo Pussy Riot, participantes de um julgamento de alto nível que dividiu a sociedade russa. Os advogados das meninas condenadas têm a oportunidade de apelar do veredicto dentro de 10 dias após seu anúncio. Além disso, o Tribunal da Cidade de Moscou, ao qual o recurso será submetido, poderá considerá-lo por mais um mês. Todo esse tempo as meninas ficarão na prisão.
Membros do grupo Pussy Riot Nadezhda Tolokonnikova, Maria Alekhina e Yekaterina Samutsevich foram acusados de hooliganismo e de insultar os sentimentos dos crentes. O motivo para isso foi a "oração punk" realizada pelas meninas no dia 3 de março de 2012 na sola da Catedral de Cristo Salvador. Inicialmente, um grupo barulhento de meninas com vestidos curtos multicoloridos e balaclavas na cabeça, gritando: "Theotokos, expulse Putin!", Foram simplesmente empurradas pelos servos da igreja. Parece que este seria o fim do caso, mas depois de algum tempo, de acordo com os depoimentos das testemunhas das vítimas, foi agendado um julgamento, as meninas foram encontradas e levadas sob custódia.
Desde o início, medidas de detenção inadequadamente rígidas foram aplicadas aos suspeitos envolvidos no caso. Visto que, de acordo com a Constituição do país, a igreja na Rússia está separada do estado, não ficou muito claro por que as ações de hooligan foram classificadas como crime. Mesmo aqueles cidadãos, crentes e ateus, que inicialmente despertaram hostilidade e rejeição pelas ações do grupo, ficaram posteriormente preocupados que seu julgamento se transformasse em um julgamento real, onde a lei não tem lugar.
É difícil encontrar uma explicação racional para o processo em andamento. A transmissão em vídeo do julgamento no caso Pussy Riot também acrescentou motivos para indignação. Todos os telespectadores interessados puderam certificar-se de que as qualificações de juízes e promotores são do mais baixo nível. Apenas um dos três exames realizados admitia, com referências a antigos códigos religiosos, que se encontravam na "oração punk" sinais de inimizade religiosa. Alguns psicólogos profissionais, por sua vez, consideraram que tal exame desacreditava sua profissão, mas essa opinião não foi ouvida pelo tribunal.
A baixa qualidade da investigação judicial, que não levou em conta a maior parte das provas e argumentos da defesa, fez com que a própria sentença fosse esperada - dois anos em colônia de regime geral para cada integrante do grupo. Os advogados consideraram o veredicto não um documento legal, mas uma obra de arte, longe da letra da lei. Portanto, o público continua preocupado e espera para ver como o recurso vai terminar - um recurso de cassação foi interposto.